quinta-feira, 18 de dezembro de 2014




Tem dias que prefiro a solidão. Você suspende a vida por algum tempo permitindo o silêncio e a observação. Afasta aquelas tarefas rotineiras, desliga o celular, enche a geladeira de frutas e muito sorvete, volta à atenção para si. É a chance certa para vasculhar a alma recolhendo todas as impropriedades, escancarando as janelas para a troca de ar e por elas ver o horizonte e todas as suas possibilidades. Você tem a oportunidade de eliminar os equívocos, destituir as ilusões, definir as prioridades para o seu futuro, arrumar as estantes, as relações. Você entende que a solidão é tão necessária quanto a vontade de viver e conviver.

- Elisa Bartlett

domingo, 30 de novembro de 2014


"Passei muito tempo tentando “suprir meus vazios” até descobrir que o que apertava o meu peito era a quantidade de entulhos emocionais que eu carregava. Eu precisava era do vazio para me sentir internamente arejada e com bastante espaço para crescer. A angústia não é um vazio, é uma corrente que se arrasta. O vazio é uma possibilidade, uma lacuna a ser preenchida, um espaço para uma decoração nova. Precisamos de páginas em branco para que nasçam poemas, de recipientes disponíveis, de um coração espaçoso, de uma alma livre, de uma mente aberta. O vazio só existe para os desapegados, para os que suportam e celebram o silêncio que possibilita-nos ouvir os sussurros da intuição e não os gritos infantis dos desejos imediatos. O vazio é uma esperança maciça. Ele não é apenas a falta que nos move e motiva, mas a lembrança mais genuína de que somos seres inacabados e que precisamos nos construir diariamente, incansável e eternamente. O vazio não é um abandono de si, é um reconhecimento do eu, um convite para o Outro, algo que deve ser preenchido temporariamente, dentro do mesmo movimento humano de acordar sempre um desconhecido. O vazio é uma curiosidade que ainda não foi desvendada. É ter braços livres para o abraço que acabará daqui a pouco, mas que ecoará constantemente na lembrança mais bonita. Porque no toque intenso, o afeto estava leve."

Marla de Queiroz

sábado, 16 de agosto de 2014




"Coragem não é ser forte, veja bem. Coragem é uma forma de desprender o sonho da vida. Não deixa de ser uma estratégia para andar com mais leveza. Equilibrio. Dia por dia, ano por ano, a gente cai e levanta, limpa a poeira da roupa, limpa o choro do rosto. Solta o coração na rua e prende o suspiro no peito. Vai apurando a fé pra tornar-se uma pessoa mais generosa consigo mesma. Toda queda ou salto vale como experiência pra grande oportunidade de estarmos aqui. Tempo é ouro, aprendi, não dá pra desperdiçar assim, de qualquer jeito. Coragem no final das contas é envolver-se. ‘Coragem às vezes é desapego’. Coragem é olhar pro espeho no fim do dia e perguntar: – Será que a gente tomou a decisão certa?
E a resposta vir com o um sorriso, da mesma pessoa, essa de frente pro espelho."

Vanessa Leonardi

quarta-feira, 30 de julho de 2014




"Um dia ouvi que eu era a pessoa mais importante para alguém. Na época, aquilo era essencial para mim: ser promovida pela reciprocidade. E o tempo, imperador dos destinos todos, desgastou os mármores, mas manteve intacto aquele amor: ele sobreviveu à relação finda. E eu perdera o meu alto cargo de importância para aquele alguém. Convalescente, mas em recuperação da suposta infelicidade de um ego magoado, tive que descobrir outra forma de amor: uma espécie rara que dá perenidade ao bem-estar e põe o ego em seu lugar. Eu me tornei a pessoa mais importante para mim. Quem poderia me tomar isto? O tempo? Hoje, as pessoas vão e vêm. Recebo-as, rejeito-as, tolero ou amo. A poesia não me tira os sentimentos vis, nem as doçuras de um ser humano. Um dia me chamaram de radical. Aceitei: só eu sei a importância que as coisas têm para mim e o propósito de mantê-las ou não na minha vida. Em outra ocasião, me chamaram de amorosa. Compreendi: pessoas amoráveis extraem o que tenho de melhor. Já me disseram que pareço um personagem. Entendi: sendo povoada por tantas, quão imprevisível posso ser na liberdade que me permito ter. Não me importo com o que julgam, sempre serei espelho e sempre terei o Outro como meu espelho. Somos extensão. Estejamos ou não em harmonia ou comunhão, dedico carinhosamente o meu tempo compartilhando minha nudez. Aos que veem máscaras e vestes, sou impotente a estas leituras. Aos que veem generosidade e amparo, sou impotente à beleza que me dão. Sou impotente ao olhar alheio. Não tenho o controle de absolutamente nada, mas o meu trabalho consiste em eu não me rejeitar. Diariamente eu fortaleço minha autoestima assim: Hoje, nem que seja apenas hoje, eu sou a pessoa mais importante para mim. Que assim eu esteja. Que assim seja."

Marla de Queiroz




"Esses dias, em um papo com um novo grande amigo, dizíamos o quanto está difícil se encantar hoje em dia. Não porque não cruzamos com pessoas especiais todos os dias, mas realmente às vezes, não as enxergamos. Contamos as nossas histórias um ao outro, e nos demos conta de que fomos feridos a fundo na alma por alguém que nos era demasiadamente caros. Caros na alma. Na vida. No coração. Depois de um certo tempo criamos uma frieza natural e calculada para lidar com as pessoas, especialmente com os 'amores' que vão aparecendo pelo caminho. Não acho que isso seja bom, realmente não foi uma escolha que fiz. Confesso que até já tentei me envolver de novo, mas pulo do barco ao primeiro sinal de naufrágio. Sim, ainda acredito que o que é meu está guardado, bem guardado, ali no seu cantinho, escondido até. Mas não tenho pressa, tomei um certo gosto pela liberdade. Minha solidão de repente, se fez acompanhada. Acompanhada por mim. Triste? Acho que não. Aprendizado talvez... Digo, com toda certeza, que não perdi meu coração. Ele ainda pulsa aqui dentro e bem vivo! Apenas estou esperando para entrega-lo, de bandeja, à pessoa certa."

Virgínia Mello

sábado, 12 de julho de 2014



Às vezes desconfio… Desconfio dos que dizem que a morte é a vida que se finda, sendo ela apenas uma passagem que dará origem a uma nova existência. Eu mesma já morri e renasci tantas vezes em uma única existência, por tantos motivos díspares, que se for enumerá-los perderei muito do tempo que ainda me resta.

Desconfio daqueles que dizem que me amam. Muitos declararam publicamente o seu amor por mim e partiram em retirada sem sequer olhar para trás, como se eu nunca tivesse existido realmente nas suas vidas. Dá para confiar?

Desconfio daqueles que dizem estar felizes, porque os que ainda estão, ainda não são felizes. Ser feliz está longe de ser a mesma coisa. Aquele que está feliz está por algum motivo externo, o que denota total vulnerabilidade; e aquele que é… Ah! Este possui a felicidade que provém da alma e ela já faz parte da sua essência íntima. Não está condicionado, sendo, portanto, a condição e a possibilidade.

Desconfio tanto, que me transformo em intolerância… Desconfio daqueles que se dizem generosos; quem é jamais faz propaganda, como se estivesse vendendo uma imagem. A verdadeira generosidade é a medida do nosso entendimento com relação às pessoas, o que não significa abrir mão dos nossos sonhos em prol de alguém, mas acreditar que esse alguém pode fazer parte deles e nos ajudar a transformá-los em realidade. O sonho é um elo forte entre a realidade e a nossa existência.

Desconfio muito daqueles que se dizem únicos e especiais no mundo, por considerá-los egoístas. Esquecem, porém, que para ser uno é necessário o todo e este só existe por causa das suas partes. E as partes são as heranças deixadas por aqueles que conviveram conosco em algum momento de nossa vida. Por isso pergunto: E aí, onde está o ser único? Ninguém se faz sozinho… Pobres egoístas!

Desconfio dos amores impossíveis, dos sonhos impossíveis e daqueles que dizem que nem tudo é possível, por considerar que na vida tudo é possível desde que haja vontade. Mas também desconfio daqueles que dizem haver possibilidade em tudo; a vida é cinqüenta por cento, o que significa que eu tenho cinqüenta por cento de chances de dar certo ou não. Neste caso há igualdade de condições e eu não posso dizer que a vida é injusta.

Desconfio do destino porque a qualquer momento posso ser surpreendida por ele. E as surpresas não são, necessariamente, agradáveis. Há surpresas boas, ruins e outras piores ainda. Mas, por outro lado, também desconfio da vida estática porque ser surpreendido pelo destino de vez em quando é bom.

Desconfio muito daqueles que dizem que gostam de mim alegando a bondade da minha alma. Pobres tolos! Não se deram ao trabalho de me conhecer! Ninguém é tão bom ou tão ruim. E eu não quero que gostem de mim por isso ou por aquilo.Quero que simplesmente gostem de mim -o que é apenas uma questão de ponto de vista. Aqueles que nos conhecem de verdade sabem reconhecer a bondade, mas não descartam o lado perverso do nosso espírito. E entendem que o ser humano é assim como a vida, cinqüenta por cento… Por isso, desconfio mais ainda dos bondosos demais, dos que sorriem demais, dos que nunca admitem ser tomados pelos sentimentos. Isso é só aparência; e há ainda os que são enganados por elas. Desconfio, sobretudo, por acreditar que os bondosos demais, os sorridentes demais e os generosos demais aos olhos dos outros são peritos em varrer toda a sujeira para debaixo do tapete. Prefiro os que choram quando têm vontade, sorriem quando têm vontade e explodem quando sentem o seu coração partido. A raiva exposta é uma das possibilidades de libertação do espírito, e quanto à estes não há engano porque não sabem camuflar as sujeiras da alma…São para mim, seres mais puros, mesmo quando estão com raiva. Quem nunca sentiu o lado perverso da alma se sobrepor a bondade em algum momento, por menor que seja que atire a primeira pedra!

Desconfio daqueles que fazem promessas por saber que nem sempre somos capazes de cumprir o que prometemos. Dificilmente dou conta de cumprir promessas e não prometo nada. Acredite em mim quem quiser!Do mesmo modo desconfio de juras de amor, de amizade e de fidelidade. Amor, amizade, fidelidade existem em si e são comprovados por meio de ações e não de palavras…

Desconfio muito dos que esquecem o passado, pensando viver plenamente o presente, sem olhar para trás. Desconfio por saber que ninguém escreve a sua história pela metade. Uma vida plena depende muito daquilo que fomos e herdamos do passado. Como viver sem lembranças? A memória do passado rejeitada hoje pode ser muito útil na construção de um novo amanhã…

Eu desconfio da verdade e da mentira, do certo e do errado, das regras… Quem segue todas as regras? Quem não burla a lei e a ordem? A única honestidade que conheço é a que tenho com relação a mim mesma e aos meus princípios. Só eu serei capaz de me amar profundamente e de não me enganar; só eu serei capaz de me respeitar acima de tudo, só eu farei o possível e o impossível para ser feliz e não me magoar, embora tenha fracassado algumas vezes. Mas quem não fracassa de vez em quando? Só eu sou em mim na minha totalidade, mas sei que não me fiz sozinha…E ainda assim, desconfio de mim. Desconfio por saber que o meu pensamento de hoje pode se tornar uma contradição amanhã. Por saber que nada é permanente e que tudo é provisório. Desengano? Talvez! Por isso aviso, desconfie de mim! Porque a desconfiança que deposito nas coisas baseia-se somente na minha experiência pessoal e, portanto, só faz sentido para mim.

Erica Gaião

quinta-feira, 10 de julho de 2014



"E bateu o cansaço de me cansar com as mesmas coisas, pessoas, situações. Não sou mais a mesma, eu não mudei apenas o meu cenário e os meus personagens, eu mudei a mim, mudei meus hábitos e comportamentos. Decidi seguir adiante, me lançar no desconhecido. Nada e ninguém me pertencem, e nisso encontrei minha libertação. Então pode ser que a gente se encontre: eu serei a tempestade, o dia de sol, o céu azul, a nuvem negra, a ressaca do mar, o voo de um pássaro ou de uma borboleta... mesmo com a asa quebrada."

Marla de Queiroz

quarta-feira, 4 de junho de 2014



"Cabeça flutuante. Que não consegue clarear os horizontes. Que cutuca a saudade. E assim, mexe no vespeiro dos sentimentos inóspitos. Corpo esmorecido. Que brinca de esquecer, e na selva da vida, silencia os próprios sonhos. E quando desbrava a selva da mente, descobre lá, um riacho cristalino, cheio de amor para dar. Profundo ou não, é amor em sua essência.

Com receio da imersão achamos desculpas, e determinamos que, quem desiste nunca quis. Mas confesso, eu não desistiria do amor, nem se a água estivesse fria. Água aquela que reflete a saudade de um amor perdido, uma paixão mal aproveitada… E assim molha os pés de quem se arrepende de não ter mergulhado de corpo e alma. Então assim são os sentimentos, um emaranhado de águas e selvas, que só permite descortinar suas belezas para quem se adentra sem medo.


Um possível futuro perdido? Um recomeço necessário? Nunca vamos saber. A vida é isso, riachos de amor, mares de saudade e cachoeiras de arrependimentos. Então, que aprendamos a nadar"


Frederico Elboni

quarta-feira, 19 de março de 2014

Momentos eternos!



Lembro do primeiro final de semana que passamos juntos, quando te falei que eu não era de me apegar a ninguém. Você riu. Aposto que pensou assim “com esse tanto que você fica grudada em mim, quer enganar a quem?”

Acontece que é verdade. É a mais pura verdade. Já conheci muita gente antes de te conhecer, e essas pessoas passaram. Passaram mais rápido que o tempo que eu aguento uma dieta. Confesso que já me apaixonei sim. Mas o tombo foi tão grande, que muitas vezes bloqueei qualquer possibilidade de ir além. E nós? ah... nós somos uma cumplicidade tão gostosa, nos conhecemos há 1 ano e meio e sempre teremos essa sintonia tão boa.

Eu me desinteresso fácil pelas pessoas. Reparo em alguns “detalhes”, que fazem com que me apaixone. É necessário alguma beleza no conjunto para que me encante…Não é qualquer rostinho bonito que me ganha.

A forma que você me olhou a primeira vez, a segunda, a terceira, e todas as outras que se sucederam. Parece que você olhava para dentro de mim. O abraço mais aconchegante que já senti. O cheiro mais gostoso… O jeito que você procurou a minha mão e dormiu abraçado com ela… A sua carinha pela manhã quando acordava e via que eu estava do seu lado, abria aquele sorriso e me beijava…

Fiquei besta. É, acho que essa é a palavra, fiquei boba em estar na sua companhia. Há muito tempo eu não me sentia assim. Quer dizer, eu não sei se algum dia eu me senti totalmente assim. Voltei para casa com as bochechas doloridas de tanto sorrir pra você.

Bem, e qual o problema de ter vivido tanta coisa linda e gostosa?

O problema agora é que existe uma distância. Há uma distância que deixa uma saudade absurda. Você apareceu aos 45 do segundo tempo, e me fez sentir algo que é meio estranho pra mim. É sempre estranho pra mim lidar com sentimentos. Sou completamente inábil nesse aspecto. Porque estou acostumada a enjoar, a não querer mais, a perder o interesse. E com você é totalmente diferente.







É estranho porque ao mesmo tempo que parece nos conhecemos há um tempão, nós quase não nos conhecemos. E eu tenho uma curiosidade enorme em saber como é estar mais perto de você. Saber mais de você, da sua vida, da sua família. De quem você é e o que você pensa. E vontade de dormir abraçada com você novamente. Ouvir sua voz… De receber teus carinhos. Tenho vontade de conhecer novas cervejas e poder dividi-las contigo, para que possamos tirar nossas conclusões sobre elas como se entendêssemos alguma coisa. Quero testar novas receitas com você e aperfeiçoar nossa aptidão gastronômica em conjunto. Quero conhecer lugares com você. Aqueles que falei que sonho em conhecer… Viajar talvez? Por que não? Ir aos restaurantes das nossas comidas preferidas. Quero poder conversar, falar besteiras e fazer aquelas nossas piadinhas infames…

Eu apenas sinto saudade. Uma saudade linda. Não sei dizer se você sentiu metade disso tudo. Não sei se foi tão importante pra você como foi pra mim. Mas agradeço por você ter aparecido na minha vida e por ter feito essa bagunça toda aqui dentro. Me mostrou que ainda posso sentir coisas lindas e sinceras.


Porém, tenho certeza que sempre que você olhar o mar...vai lembrar de mim. Sempre que você for em uma casa sertaneja...vai lembrar de mim. Sempre quando ouvir a "nossa" música...você vai lembrar de mim. Sempre que alguém te acariciar e te olhar com olhos de paixão..você lembrará dos meus carinhos e sentirá um pouco de saudade...

Não temos promessas de nada. A distância e os destinos nos preveem rumos diferentes muito provavelmente. Mas como saber? A vida muda muito e não temos certeza de nada. A distância sempre esteve presente entre nós e isso nunca impediu que nos gostássemos tanto.

Mas se um dia eu puder pedir apenas uma coisa a você, eu pediria: Vem. Chega aqui. Deixa eu lembrar como é gostoso pode estar ao seu lado novamente… Me faz feliz de novo, nem que seja só por um dia…




M. A. <3



"Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre peço a Deus para poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranqüilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor."
 Pe Fábio de Melo

Não estou triste, meu bem. Aprendi a conviver com a saudade e a me distrair com as possibilidades. Não estou triste, eu queria que você soubesse. Queria que ouvisse o som dos meus sorrisos. Queria te ligar e te dizer que estou bem. Mas sabe? Acho que é melhor deixar assim. Talvez, em algum sonho teu, eu apareça como naquela foto feliz que você tirou de mim quando ainda havia os segredos. Não se preocupe - aqui ainda é verão e fica menos solitário durante a noite. Os caminhos cruzam vidas pra gente se encontrar em memórias. Tem sempre alguma coisa que, docemente, me faz lembrar você. E eu sempre sorrio e respiro aliviada: o que vivemos foi tão lindo que não há motivos para doer porque acabou. Sou um pedacinho de você. Sou um pedacinho do que ficou de nós. Só tenho que te agradecer por ter sido um amor tão do bem que me fez perceber que até partir pode ser bom.

(Larissa Bottas)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014




"Fiquei com medo porque naquele momento vi que já estava mais do que envolvida. Vi que a minha pose de menina forte não serviu para nada. Eu não queria gostar de você, não queria precisar de você. Mas quando dei conta já tinha me apaixonado, mesmo quando repetia mil vezes para mim mesma que não me apaixonaria naquele momento."




Identidade Poética

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Desistindo...

Cansei de promessas e de ficar com a expectativa me rondando os pensamentos e apertando o estômago. Não tenho lá muita paciência para esperar o que virá. Queria ter o roteiro da vida entre os dedos, mas ao mesmo tempo penso: que graça isso teria?


Acredito em destino. Não que as cartas já estão marcadas e que toda a sua história já está escrita. Mas creio que nada é por acaso, que coincidências não existem. Acho, sim, que existe o livre arbítrio, que a gente faz escolhas e, consequentemente, arca com cada consequência. Acho que é mais ou menos um labirinto: muitas opções e dúvidas. E a gente que decide pra qual lado vai, por onde volta, como recomeça.


Acho que diariamente a gente gasta energia no que não importa tanto assim. É fácil falar, difícil é ter a maturidade e calma de dizer isso não vale a pena. Algumas coisas estão fora do nosso alcance, não adianta bater o pé. Muitas vezes a gente depende dos outros - e temos que aprender a lidar com isso. Para mim é um sacrifício enorme, já que gosto de ter o controle de tudo e resolver as coisas sozinha. Mas a gente está aqui, dentre outras coisas, para aprender. Para consertar as coisas, para conseguir ir mais além, para vencer as pequenas batalhas e medos diários.


Tento todos os dias aprender uma coisa nova, por menor que seja. Aprendi com meu pai o quanto isso é importante. E por pior que esteja meu humor, procuro ouvir pelo menos uma música por dia, dar um sorriso para um desconhecido. Pode soar bobo, mas faz uma diferença enorme quando a gente deita a cabeça no travesseiro e espera o sono chegar.


Clarissa Corrêa 





Certas coisas me deixam triste. E louca. Como pode a gente gostar de uma pessoa, ver que ela está chateada e ficar de braços cruzados? Como pode você perceber que o outro está te tratando diferente e ficar indiferente? Como pode a gente só olhar para o próprio umbigo e para as necessidades pessoais? Como pode a gente só pedir apoio, calma, paciência e compreensão e não dar nada em troca? Como pode a gente não se dar por inteiro, mas esperar que a outra pessoa esteja inteira? Hoje em dia é muito fácil querer, exigir, fazer questão que o outro nos enxergue. Difícil mesmo é se colocar no lugar do outro, tentar se ver de longe e analisar onde está o nosso erro.


É muito fácil pedir, pedir, pedir. Difícil é se doar. Porque normalmente as pessoas têm a triste mania de jogar na cara. Fiz tal coisa por você. E eu por você. Daí vira aquela agressão gratuita, aquela lavagem de roupa suja, aquela coisa feia e antipática que não combina com sentimento. Mas então eu me pergunto: será que tudo combina com sentimento? Claro que não. A gente não consegue ser bom o tempo inteiro. A gente não consegue deixar de lado as mágoas e seguir em frente. Tem coisa que alfineta, cutuca, aperta. E é preciso gritar, tirar, sair desse círculo vicioso e ruim.


Não é fácil. Mas também não é tão complicado assim. Basta querer. Basta sair daquele pedestal. Basta realmente se importar com o que faz. A gente pensa que é muito bacana e que faz o melhor que pode. Que bobagem. Nem sempre lutamos com força e com fé. Às vezes, a gente só deixa a vida nos levar, como se fosse um rio que leva pedaços de árvores e lixo.



O ser humano é egoísta demais. Se preocupa com a própria vida e finge que se importa com os outros. Então eu questiono: será que eu me importo? Será que você se importa? Até onde você é capaz de ir? Que sacrifícios você é capaz de fazer? Você consegue, por algum momento, deixar de lado sua vida para se preocupar com a do outro? Pequenas doses de egoísmo são bem-vindas e essenciais para a sobrevivência. Mas não dá pra se embriagar: tudo que é demais faz mal.



Clarissa Corrêa


Momento de mudanças...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014



“Pelo menos uma vez na vida experimente ir além da neblina. Passe por entre as árvores e sinta o cheiro de frescor no orvalho, sinta a brisa de uma manhã nublada de domingo. Permita-se ir além daquela parada de ônibus e observar as construções à sua volta, mastigar suas características, e mesmo que não faça ideia a que ano elas pertençam apenas admire. Pelo menos uma vez permita-se acreditar no sonho impossível de acordar às 4:30 e ir rumo a praia, mesmo que sozinha, para ver o sol nascer. Contemple. Permita-se sentir dó de um bichinho abandonado a ponto de ter coragem e leva-lo para casa e lhe oferecer um amor e cuidado incondicional, daqueles que não existe por humanos. Aliás, permita-se amar alguém incondicionalmente, sua mãe, seu pai, irmão, avó, namorado, seja lá quem for, permita-se amar acima de qualquer coisa, acima da desconfiança, da dor, da mágoa, das lágrimas. Talvez só assim, quando você se permitir fazer as coisas mais simples que parecem tão difíceis, talvez, você poderá dizer que viveu.”


Identidade Poética

sábado, 25 de janeiro de 2014







Minha indecisão se limita entre escolher ''chocolate branco ou ao leite'', ''vermelho ou branco".
 No que diz respeito a decisões pertinentes a condução da minha vida, aos meus sentimentos, desejos e prazeres, meu amigo, toda indecisão desaparece. Porque aprendi, de uma vez por todas, que sou completamente responsável pelo que permito que a vida (e as pessoas) fazem comigo. Pra quem ''tanto faz'', o que vier é lucro, e pra mim lucro mesmo é só quando vem pra me tirar do eixo!




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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014






"E existem aquelas pessoas, que por mais distantes que estejam, ainda continuam perto…

Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.

O médico perguntou:
— O que sentes?
E eu respondi:
— Sinto lonjuras, doutor. Sofro de distâncias.

Tem horas que eu me perco sem você aqui, aí eu lembro: tá tão longe de mim. E o meu coração grita: mas tá aqui dentro.

Existem aquelas pessoas que por mais distantes que estejam, ainda continuam perto. Aquelas que, passe o tempo que for, serão sempre lembradas por algo que fizeram, falaram, mostraram e nos fizeram sentir. É isso: as pessoas são lembradas pelos sentimentos que despertaram em nós. Quanto maior o sentimento, maior se torna a pessoa.

E a primeira vez que a gente se encontrar, vou pedir para o relógio do mundo dar uma paradinha, só pra esticar esse tempo de abraço que fez meu coração pulsar de um jeito que jamais nenhum outro fará.

Nenhuma luta haverá jamais de me embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma carga me fará baixar a cabeça. Quero ser diferente. Eu sou. E se não for, me farei.

Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo

Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada ‘impulso vital’. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como ‘estou contente outra vez’.

Seria apenas mais uma história, se não tivesse tocado a alma.

Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber."

Caio F Abreu

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014










O tempo continua indo...
Mas aqui dentro, as coisas estão iguais.Tenho pensado nas inúmeras formas de te falar, sem que o que eu diga esteja preso no que foi ou que minha insegurança disperse aquele momento...(Quero que tudo aconteça naturalmente).Quando você chegar, vou comentar a saudade, beijar teu rosto de leve e sentir teu cheiro. E sem que a gente diga, a lembrança percorrerá sobre tudo o que trocamos a distância (carinhos em noites de ausência). Só quero poder estar ao teu lado, sem que nada seja tão preciso. Mas se teu olhar sobre mim silenciar aquele instante; se o calor do teu desejo entender o meu, vou entregar um sorriso que é só teu. E ainda que nada mude. Mesmo que não seja o tempo, não desisto da certeza que tenho mantido: Você é meu complemento. Sempre. Será. Tem sido.



Patty Vicensotti