quarta-feira, 6 de abril de 2011


"E dar um tempo, sempre. Me empurrar pra dentro. Esquecer um pouco de tudo, me embebedar do silêncio, acender a luz de si e prestar mais atenção no que está ali, esperando oportunidade. Um papo a sós : eu e Clarice. Eu minha mudez sobre a voz de Chrissie Hynde, repetindo : " Everyday is like sunday ". É! Agora somos três e o seco do vinho fazendo viver um pouco. Tantas coisas a resolver aqui dentro. Escrever me dá essa liberdade de transpor,sabe? É como naqueles filmes horrendos de exorcismo, onde se joga pra fora o que não presta. Só que sem efeitos especiais, nem ajuda, nem rezas fortes. É na raça. É da carne viva que se alivia a alma. Tudo transcorre bem, se por bem eu concorde, mas minha guerra é ter que aceitar o improvável bem a dois passos de mim. Nunca fui racional  para adquirir essa frieza, que nem é fria, é realista. Gosto é de imaginar como seria, de agarrar a mínina chance, de sustentar a euforia. Vi que relevo a vida de uma forma muito besta; devo me polpar um pouco mais, já que minha entrega é voraz a qualquer resquício de sentimento. E se dói, e quando dói, a praga se propaga tanto, e eu só espanto com um analgésico qualquer; sem resolver.Pois bem,mudemos! Giremos a bebida na taça "meninas". Atitude! Porque esperar passar,só tem aniquilado grandes momentos...

Patty Vicensotti

(Patty, querida amiga, como sempre tão sensível, eu me identifico demaissss com seus poemas...obrigada )

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