Não que eu seja complicada. Entenda: eu gosto de constância. De ter o controle das coisas, de não ter que me preocupar.
Mas ele não me traz segurança.
É o mesmo que ter um passarinho em mãos: você não sabe se, quando abrirem a gaiola, ele vai fugir e levar todos os seus sonhos para longe.
Não gosto de gente duas caras. Que finge se importar. Que hoje te procura, mas amanhã não te reconhece.
Eu não preciso de declarações diárias de fidelidade, só preciso de estabilidade de comportamento. Eu não saio por aí espalhando meu segredo, mas também sou passarinho: Ao menor sinal de movimento eu me escondo, eu me assusto, eu desconfio. Parto pra bem longe do que pode me machucar.
- Fernanda Roldi